UM OUTRO MUNDO É POSSIVEL - Na terça, 15, Dia da Proclamação da República, haverá uma marcha contra a corrupção em Cuiabá. Qualquer pessoa pode participar da marcha. Desde que não queira partidarizar o processo.
13/11/2011 - 07:07:00Por Keka Werneck, da Assessoria de Imprensa do Centro Burnier Fé e Justiça
Corrupção é uma palavra que todo mundo fala toda hora. O brasileiro já incorporou que é corrupto, vide o jeitinho que dá para tudo. Conforme pesquisa da Federação das Indústrias de São Paulo, recentemente divulgada, no Brasil R$ 82 bilhões de dinheiro público vão pelo ralo por causa de práticas ilegais. Para o chefe da Controladoria Geral da União (CGU) em MT, Arnaldo Flores, não é possível falar em quantia. Mas se sabe pelo menos que se trata de muito dinheiro, uma fortuna. Nas ruas de todo o país, o povo sai em defesa de uma outra forma de usar dinheiro público, contra a roubalheira. O movimento em nível nacional se chama nasruas.com. Em cada Estado, tem um grupo que se chama Manifesto de Combate à Corrupção. Mato Grosso tem um grupo desses. Esses grupos se comunicam e se mobilizam através da internet, nos moldes de vários outros movimentos que têm pipocado pelo mundo a fora. Próxima terça-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, haverá uma marcha contra a corrupção em Cuiabá e em diversas capitais.
A marcha vai sair às 15 horas da Praça Ipiranga, no Centro da cidade. Passará pela avenida da Prainha indo até a Praça da República.
Esse movimento tem respaldo de dois importantes movimentos sociais que lutam contra a corrupção em Mato Grosso: o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a ONG Moral.
A primeira marcha em Mato Grosso aconteceu dia 7 de setembro, em contraste com a marcha militar cívica. Desde então, militantes se organizam em reuniões presenciais, realizadas no saguão do Instituto de Linguagens da Universidade Federal de Mato Grosso (IL-UFMT). Próximo sábado, dia 12, tem reunião às 16 horas. Aberta. Qualquer pessoa pode participar da reunião e da marcha. Desde que não queira partidarizar o processo.
Esse movimento é feito da diversidade de pessoas.
A engenheira de computação Izis Filipaldi, 30 anos, é uma delas. Está na coordenação do movimento. Ela explica que tudo realmente começou pela internet: twitter e facebook. Um grupo de ativistas mobilizou a marca de 7 de setembro. Depois disso, começou a se reunir não apenas virtualmente.
Parte da esquerda critica esse movimento. Entende que há muito de niilismo nisso, que não é revolucionários, que não é coisa de trabalhadores.
Para o líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stédile, que esteve em Cuiabá no último sábado (5), esse pessoal não é de esquerda e não necessariamente está interessado em melhorar a vida do povo.
Izis confirma que de fato não se trata de um movimento de esquerda e nem de direita. “Somos cidadãos indignados”, resume. Para ela, a corrupção é um problema cultural e seria revertido com educação.
Corrupção está na pauta do país mais fortemente desde as movimentações pela coleta de assinaturas em prol da lei da ficha limpa.
Agora vem aí a 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (1ª Consocial), que será realizada em Brasília, entre 18 a 20 de maio de 2012. A CGU está articulando essa conferência.
Na marcha do dia 15, militantes vão levar faixas, cartazes, megafones, outros adereços. A marcha vai contar com o pessoal do moto clube e dos ciclistas. Também foram convidados professores, funcionários e alunos das escolas estaduais Médici e Liceu.
Haverá mobilização pela internet obviamente. ‘Essa é uma tendência mundial, não vamos ignorar’, diz a engenheira Izis.
Ano que vem, esses militantes vão atuar na política eleitoral, antes do pleito, conscientizando o voto. “Vamos principalmente chamar a atenção do eleitor para que ele investigue a vida pregressa dos candidatos, para saber quem são”.
Outra que participa do movimento é a consultora de moda Ivonete Jacob, 43 anos. Segundo ela, não se trata de um oba-oba, mas sim um movimento de pessoas que sabem o que é bom para o Brasil e o que é política.
Pescado da página do E
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